Câmara Municipal de Lagoa Formosa

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13/10/2006

Depoimentos em CPI só após 2º turno, prevê acordo

Estratégia visa acabar com crise entre governo e oposição após 1º turno

12/10/2006 - 17:06 - Integrantes da CPI dos Sanguessugas buscam um acordo para acabar com a crise instalada entre governistas e oposição após o primeiro turno das eleições presidenciais. A trégua deve estabelecer, por exemplo, que qualquer depoimento será dado somente após o segundo turno entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB.

Até lá, seriam analisados apenas o inquérito e o relatório da Polícia Federal sobre a compra por petistas do dossiê da máfia dos sanguessugas contra políticos do PSDB. Em cima disso, a CPI prepararia um plano de trabalho para ser executado após o segundo turno. A proposta será apresentada pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) na reunião marcada para a próxima terça-feira (17).

O objetivo é evitar que a CPI continue fracassando na tentativa de realizar reuniões administrativas depois que governo e oposição vêm travando na comissão um duelo em torno do caso do dossiê. De um lado, a oposição tenta aproveitar a CPI como palco de exploração do escândalo do dossiê. De outro, governistas boicotam as reuniões, impedindo que se realizem por falta de quórum. Resultado: a CPI acumula fiascos semanais de sessões canceladas.

Para Gabeira, o acordo seria necessário para que a CPI não jogue no lixo as próximas duas semanas antes do segundo turno. “Vamos tentar garantir uma trégua. Não pode haver disputa eleitoral, mas também não pode existir passividade. Seria um jeito de fazer a CPI trabalhar”, explica Gabeira, da cúpula da CPI e do grupo de oposição ao governo. "É uma proposta conciliatória", ressalta.

Gabeira não descarta que a CPI aprove, por exemplo, a convocação do presidente afastado do PT, Ricardo Berzoini, em reunião na semana que vem. "Convocar não tem problema, é só ter maioria. Mas a vinda dele ficaria para depois do segundo turno", explica. "A CPI tem que admitir que não pode criar fato para o segundo turno".

Negociação
O deputado já conversou por telefone com colegas de comissão. Outros foram encarregados de telefonar para os demais até terça-feira. A proposta conta com a simpatia, por exemplo, do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), também do comando da CPI. "O argumento dele (Gabeira) é correto, porque a CPI não foi criada para criar fato. Se o acordo for para a CPI andar e não se inviabilizar, conta com meu apoio", garante.

Procurado pelo G1, o presidente da CPI, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), evitou opinar sobre a proposta de Gabeira. "Tudo isso vai ser resolvido na reunião da próxima semana. Ele (Gabeira) poderá dar a opinião dele", diz. "Mas eu fiz de tudo para evitar que a CPI virasse um palco de disputa eleitoral", afirma.

Biscaia e Gabeira estão estremecidos desde a última terça-feira (10) depois que a CPI adiou por duas vezes a reunião administrativa para votar requerimentos. Gabeira acusa Biscaia de não fazer muita questão de garantir sessão da CPI antes do segundo turno. Já Biscaia diz que Gabeira e seus aliados dentro da CPI tentam transformar a comissão num palco de briga eleitoral (leia mais aqui). Ambos não se falaram após a confusão de terça.

Fonte:EPTV