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O Grito dos Excluídos 2006
No dia 7 de setembro de 1822, há exatos 184 anos, Sua Majestade D. Pedro I, até então Príncipe Regente da Coroa Portuguesa no Brasil Colônia, proclamou a Independência do Brasil, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Diz a lenda cívica que ele, de cima de seu cavalo imperial, sacando a espada, gritou: "independência ou morte!”.
E tudo aconteceu...
Afora os exageros criados pelos mestres da antiga disciplina "Educação Moral e Cívica", encarregados de colorir a história da nossa Pátria, dando um tom de heroísmo onde havia apenas necessidades e interesses políticos, comemoramos no 7 de setembro o surgimento do Brasil como Nação, primeiramente como Império e, depois de 1889, como República.
Não se pode falar da Independência do Brasil sem recordar toda a história desta nossa terra, manchada por corrupção, escravidão, descaso desde o início. Para começar, recordamos o chamado "descobrimento" do Brasil, no ano 1500, que, na verdade, não passou de uma invasão inescrupulosa do Reino de Portugal às propriedades
indígenas até então cultivadas por milhares de tribos. É bom lembrar que a ocupação destas terras do então chamado Novo Mundo se deu mediante interesses econômicos e políticos, uma vez que a Europa estava vivendo o auge do mercantilismo e do Renascimento.
E foi com muito sangue derramado que a Terra de Santa Cruz, como foi chamada por Pedro Álvares Cabral, foi tomada das mãos dos antigos proprietários. Povos inteiros de índios foram simplesmente dizimados pela força imperial, tendo sua cultura e sua religião desrespeitadas.
Os indígenas foram condenados ao trabalho escravo da cana-de-açúcar, do café e de outras técnicas do latifúndio. Nossa própria região, Itapemirim, foi fundada por antigos habitantes do Caxixe, hoje município de Conceição do Castelo, que fugiam de uma rebelião indígena em resposta a toda a destruição feita em sua cultura.
Como os indígenas foram deixando de ser mão-de-obra suficiente – primeiramente devido à sua destruição – os portugueses começaram a trazer para o Brasil os negros escravizados na África, que também estava sendo invadida. Foram séculos e séculos de opressão, inclusive com o respaldo da Igreja. Nossa Igreja Matriz de Itapemirim carrega as marcas da escravidão. Há aqui muito sangue africano derramado. Podemos imaginar os escravos carregando as grandes pedras retiradas do fundo dos navios e armando a construção dessas grossas paredes, ou ainda lavrando as fazendas da cana-de-açúcar, para que os brancos fazendeiros pudessem rezar e pedir a bênção da prosperidade para
aquela rentabilidade iníqua.
Enfim, foram 322 anos de Brasil como colônia de exploração. Nosso ouro e todas as nossas outras riquezas minerais, escoados através deste nosso rio Itapemirim, alimentaram durante séculos o luxo das capitais européias ou dos casarões escravocratas. Em pagamento, o Brasil recebia levas de imigrantes, ora criminosos banidos da Europa para pagar pena aqui, ora trabalhadores rurais europeus desempregados, à procura de uma roça em terras brasileiras. Foi assim que fomos formando a nossa identidade brasileira.
Naqueles inícios do século XIX, precisamente no ano 1808, com a expansão do Império de Napoleão Bonaparte a partir da França, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, considerado a parte dos fundos de seu imenso quintal. Estabeleceu aqui alguma estrutura por causa disso e deixou D. Pedro I como Príncipe Regente. Foi então que, em 1822, a situação política da Coroa não conseguia mais conter o clamor pela independência. Muitas vozes no Brasil se levantaram contra a permanência da colonização. Num gesto de esperteza e oportunismo, D. Pedro I tomou a iniciativa de fazer aquilo que, querendo ou não, iria acontecer por outras mãos: proclamou o Brasil independente do Reino de Portugal. Não se tratou de um gesto de benevolência, nem muito menos de solidariedade para com a nossa terra. Ao contrário, foi uma forma de a família real continuar usufruindo do poder, não permitindo que os opositores da colonização dessem um golpe de Estado.
O Brasil Imperial durou apenas 67 anos e também se manteve às custas da escravidão e da imensa desigualdade social que assolava o nosso povo. Foi nessa época, precisamente em 1860, que o Imperador D. Pedro II visitou a Vila de Itapemirim. Algum tempo depois, em 1888, a Princesa Isabel proclamou a Lei Áurea, que aboliu o sistema escravagista, também sem qualquer ato de boa-vontade, mas por muita pressão – em nível internacional, por parte do Império Britânico, e internamente por parte dos republicanos. Essa foi a gota d'água para que acontecesse, um ano mais tarde, a proclamação da República.
Somente de 1889 para cá é que, de uma forma ou de outra, nós brasileiros pudemos tomar de fato as rédeas da nossa história. Numa terra com 506 anos, há apenas 117 anos nós podemos eleger nossos governantes. E ainda é necessário levar em conta as inúmeras estratégias das elites e dos militares para controlar o processo político durante a maior parte do tempo. Nossa república ainda foi geradora de muita exclusão. Só aos poucos as mulheres e os analfabetos, por exemplo, foram tendo o direito a votar.
Lembramos ainda o golpe militar de 1964 e os 25 seguidos sem eleições diretas. Ao final de todo esse processo de luta, somente em 1989 é que toda a população pôde eleger o presidente da república, os deputados federais e senadores, os governadores e os deputados estaduais. Em mais de cinco séculos de domínio das elites no Brasil, são apenas 17 anos de construção da democracia propriamente dita!
E ainda há tanto por conquistar! Se, por um lado, o nosso povo está cada vez mais consciente da sua responsabilidade na condução dos destinos do Brasil, por outro lado, este próprio povo tem estado profundamente desiludido com o fato de estarmos nestes 17 anos gastando muito mais tempo, dinheiro e preocupação apurando crimes de corrupção do que discutindo e investindo num grande projeto de desenvolvimento do país. Desde Fernando Collor de Melo, o primeiro presidente que nós aqui pudemos eleger diretamente, até hoje, não fizemos mais do que nos escandalizar com as contínuas notícias de corrupção no meio político: esquemas como o dos Anões do Orçamento e o de PC Farias, que produziram o primeiro impeachment da nossa história;
ou ainda os desvios e desfalques nos cofres públicos nas privatizações do governo Fernando Henrique, a violação no painel eletrônico do Senado, por Antônio Carlos Magalhães, a denúncia do esquema de desvio de verba das estatais no pagamento do chamado "mensalão", partindo do alto escalão do governo Lula, e ainda as escandalosas relações ilegais de congressistas com uma empresa fornecedora de ambulâncias, no caso
dos chamados "sanguessugas". E esses são apenas alguns dos crimes de repercussão nacional, que se tornaram ícones da grande bandalheira que parece ter se tornado a vida pública neste nosso país. A tudo isso, soma-se as ligações de deputados estaduais e militares com o crime organizado no Espírito Santo, o desvio de verbas da Assembléia
Legislativa no chamado "esquema das associações" (e é bom que se lembre que dois dos sete acusados do "mensalão capixaba" são eleitos principalmente por nosso município), e muitas outras mazelas administrativas como nepotismo, tráfico de influência, corrupção passiva, omissão, impunidade.
Tudo isso envergonha profundamente a nossa história e a luta de nossos antepassados por um país decente e justo. Muitos e muitas deram a vida e colocaram suas esperanças na construção de uma sociedade livre e solidária, fraterna e pacífica. Lembramo-nos, de forma especial, da Ir. Cleuza, religiosa natural aqui do nosso município, que se tornou
missionária na região amazônica e lá foi assassinada, lutando pela paz e pela justiça.
A situação caótica em que nossa sociedade brasileira se encontra hoje é conseqüência direta de anos e anos de irresponsabilidade do poder público e de falta de oportunidade, consciência e compromisso dos cidadãos com o seu país. O modelo econômico do neoliberalismo, forjado pelos países do então chamado Primeiro Mundo, invadiu nossa economia e nos impôs um estilo de vida que privilegia o mercado em detrimento da
pessoa humana, a instituição bancária em detrimento do social.
Neste cenário, o controle da inflação torna-se mais importante do que a liberdade das pessoas, o risco-país ameaça mais do que a fome e a violência. Neste dia de comemorar a independência do Brasil, queremos fazer ouvir o nosso grito por políticas públicas compromissadas com o desenvolvimento para todos, com a igualdade social e a justiça.
Queremos hoje repudiar com todas as nossas forças os políticos interesseiros, carreiristas, que se preocupam apenas com sua permanência no poder! Repudiamos os corruptos, os covardes, os omissos, os que compram e os que vendem votos, os que praticam ainda hoje o voto de cabresto, os que votam em determinados candidatos por
interesses particulares, os que votam naquele político que "rouba mas faz".
Como cristãos, manifestamos nossa solidariedade para com todos os excluídos, todos os que têm os seus direitos violados ou que sofrem qualquer tipo de violência: os que vivem na miséria, os analfabetos, as mulheres prostituídas, os homossexuais, os embriões e fetos vítimas do aborto, os dependentes químicos, os alcoólicos, os menores de rua, os afro descendentes discriminados, as tribos indígenas desapropriadas,
as mulheres vítimas da violência doméstica, os encarcerados, os portadores do vírus da AIDS, as pessoas com qualquer tipo de deficiência, os que são discriminados por motivos religiosos ou ideológicos, os que trabalham em regime de escravidão, os
desempregados, os vendedores ambulantes, os circenses, os ciganos, os sem-terra, os sem-teto, os idosos, os que não têm acesso à informática, os que não têm acesso à universidade pública, bem como todos os outros cidadãos e cidadãs que não estão sendo incluídos no processo de construção deste país.
Este ato cívico não tem compromisso com qualquer partido político, ideologia, candidato, classe social ou sindicato, mas apenas quer ser o grito de todos os excluídos e excluídas do nosso país. É como irmãos e irmãs, compromissados com a paz e com a justiça, que vamos, em união com todos estes excluídos e excluídas, entoar juntos o Hino da Independência: "ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.
Fonte: Redação Maratimba.com
E tudo aconteceu...
Afora os exageros criados pelos mestres da antiga disciplina "Educação Moral e Cívica", encarregados de colorir a história da nossa Pátria, dando um tom de heroísmo onde havia apenas necessidades e interesses políticos, comemoramos no 7 de setembro o surgimento do Brasil como Nação, primeiramente como Império e, depois de 1889, como República.
Não se pode falar da Independência do Brasil sem recordar toda a história desta nossa terra, manchada por corrupção, escravidão, descaso desde o início. Para começar, recordamos o chamado "descobrimento" do Brasil, no ano 1500, que, na verdade, não passou de uma invasão inescrupulosa do Reino de Portugal às propriedades
indígenas até então cultivadas por milhares de tribos. É bom lembrar que a ocupação destas terras do então chamado Novo Mundo se deu mediante interesses econômicos e políticos, uma vez que a Europa estava vivendo o auge do mercantilismo e do Renascimento.
E foi com muito sangue derramado que a Terra de Santa Cruz, como foi chamada por Pedro Álvares Cabral, foi tomada das mãos dos antigos proprietários. Povos inteiros de índios foram simplesmente dizimados pela força imperial, tendo sua cultura e sua religião desrespeitadas.
Os indígenas foram condenados ao trabalho escravo da cana-de-açúcar, do café e de outras técnicas do latifúndio. Nossa própria região, Itapemirim, foi fundada por antigos habitantes do Caxixe, hoje município de Conceição do Castelo, que fugiam de uma rebelião indígena em resposta a toda a destruição feita em sua cultura.
Como os indígenas foram deixando de ser mão-de-obra suficiente – primeiramente devido à sua destruição – os portugueses começaram a trazer para o Brasil os negros escravizados na África, que também estava sendo invadida. Foram séculos e séculos de opressão, inclusive com o respaldo da Igreja. Nossa Igreja Matriz de Itapemirim carrega as marcas da escravidão. Há aqui muito sangue africano derramado. Podemos imaginar os escravos carregando as grandes pedras retiradas do fundo dos navios e armando a construção dessas grossas paredes, ou ainda lavrando as fazendas da cana-de-açúcar, para que os brancos fazendeiros pudessem rezar e pedir a bênção da prosperidade para
aquela rentabilidade iníqua.
Enfim, foram 322 anos de Brasil como colônia de exploração. Nosso ouro e todas as nossas outras riquezas minerais, escoados através deste nosso rio Itapemirim, alimentaram durante séculos o luxo das capitais européias ou dos casarões escravocratas. Em pagamento, o Brasil recebia levas de imigrantes, ora criminosos banidos da Europa para pagar pena aqui, ora trabalhadores rurais europeus desempregados, à procura de uma roça em terras brasileiras. Foi assim que fomos formando a nossa identidade brasileira.
Naqueles inícios do século XIX, precisamente no ano 1808, com a expansão do Império de Napoleão Bonaparte a partir da França, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, considerado a parte dos fundos de seu imenso quintal. Estabeleceu aqui alguma estrutura por causa disso e deixou D. Pedro I como Príncipe Regente. Foi então que, em 1822, a situação política da Coroa não conseguia mais conter o clamor pela independência. Muitas vozes no Brasil se levantaram contra a permanência da colonização. Num gesto de esperteza e oportunismo, D. Pedro I tomou a iniciativa de fazer aquilo que, querendo ou não, iria acontecer por outras mãos: proclamou o Brasil independente do Reino de Portugal. Não se tratou de um gesto de benevolência, nem muito menos de solidariedade para com a nossa terra. Ao contrário, foi uma forma de a família real continuar usufruindo do poder, não permitindo que os opositores da colonização dessem um golpe de Estado.
O Brasil Imperial durou apenas 67 anos e também se manteve às custas da escravidão e da imensa desigualdade social que assolava o nosso povo. Foi nessa época, precisamente em 1860, que o Imperador D. Pedro II visitou a Vila de Itapemirim. Algum tempo depois, em 1888, a Princesa Isabel proclamou a Lei Áurea, que aboliu o sistema escravagista, também sem qualquer ato de boa-vontade, mas por muita pressão – em nível internacional, por parte do Império Britânico, e internamente por parte dos republicanos. Essa foi a gota d'água para que acontecesse, um ano mais tarde, a proclamação da República.
Somente de 1889 para cá é que, de uma forma ou de outra, nós brasileiros pudemos tomar de fato as rédeas da nossa história. Numa terra com 506 anos, há apenas 117 anos nós podemos eleger nossos governantes. E ainda é necessário levar em conta as inúmeras estratégias das elites e dos militares para controlar o processo político durante a maior parte do tempo. Nossa república ainda foi geradora de muita exclusão. Só aos poucos as mulheres e os analfabetos, por exemplo, foram tendo o direito a votar.
Lembramos ainda o golpe militar de 1964 e os 25 seguidos sem eleições diretas. Ao final de todo esse processo de luta, somente em 1989 é que toda a população pôde eleger o presidente da república, os deputados federais e senadores, os governadores e os deputados estaduais. Em mais de cinco séculos de domínio das elites no Brasil, são apenas 17 anos de construção da democracia propriamente dita!
E ainda há tanto por conquistar! Se, por um lado, o nosso povo está cada vez mais consciente da sua responsabilidade na condução dos destinos do Brasil, por outro lado, este próprio povo tem estado profundamente desiludido com o fato de estarmos nestes 17 anos gastando muito mais tempo, dinheiro e preocupação apurando crimes de corrupção do que discutindo e investindo num grande projeto de desenvolvimento do país. Desde Fernando Collor de Melo, o primeiro presidente que nós aqui pudemos eleger diretamente, até hoje, não fizemos mais do que nos escandalizar com as contínuas notícias de corrupção no meio político: esquemas como o dos Anões do Orçamento e o de PC Farias, que produziram o primeiro impeachment da nossa história;
ou ainda os desvios e desfalques nos cofres públicos nas privatizações do governo Fernando Henrique, a violação no painel eletrônico do Senado, por Antônio Carlos Magalhães, a denúncia do esquema de desvio de verba das estatais no pagamento do chamado "mensalão", partindo do alto escalão do governo Lula, e ainda as escandalosas relações ilegais de congressistas com uma empresa fornecedora de ambulâncias, no caso
dos chamados "sanguessugas". E esses são apenas alguns dos crimes de repercussão nacional, que se tornaram ícones da grande bandalheira que parece ter se tornado a vida pública neste nosso país. A tudo isso, soma-se as ligações de deputados estaduais e militares com o crime organizado no Espírito Santo, o desvio de verbas da Assembléia
Legislativa no chamado "esquema das associações" (e é bom que se lembre que dois dos sete acusados do "mensalão capixaba" são eleitos principalmente por nosso município), e muitas outras mazelas administrativas como nepotismo, tráfico de influência, corrupção passiva, omissão, impunidade.
Tudo isso envergonha profundamente a nossa história e a luta de nossos antepassados por um país decente e justo. Muitos e muitas deram a vida e colocaram suas esperanças na construção de uma sociedade livre e solidária, fraterna e pacífica. Lembramo-nos, de forma especial, da Ir. Cleuza, religiosa natural aqui do nosso município, que se tornou
missionária na região amazônica e lá foi assassinada, lutando pela paz e pela justiça.
A situação caótica em que nossa sociedade brasileira se encontra hoje é conseqüência direta de anos e anos de irresponsabilidade do poder público e de falta de oportunidade, consciência e compromisso dos cidadãos com o seu país. O modelo econômico do neoliberalismo, forjado pelos países do então chamado Primeiro Mundo, invadiu nossa economia e nos impôs um estilo de vida que privilegia o mercado em detrimento da
pessoa humana, a instituição bancária em detrimento do social.
Neste cenário, o controle da inflação torna-se mais importante do que a liberdade das pessoas, o risco-país ameaça mais do que a fome e a violência. Neste dia de comemorar a independência do Brasil, queremos fazer ouvir o nosso grito por políticas públicas compromissadas com o desenvolvimento para todos, com a igualdade social e a justiça.
Queremos hoje repudiar com todas as nossas forças os políticos interesseiros, carreiristas, que se preocupam apenas com sua permanência no poder! Repudiamos os corruptos, os covardes, os omissos, os que compram e os que vendem votos, os que praticam ainda hoje o voto de cabresto, os que votam em determinados candidatos por
interesses particulares, os que votam naquele político que "rouba mas faz".
Como cristãos, manifestamos nossa solidariedade para com todos os excluídos, todos os que têm os seus direitos violados ou que sofrem qualquer tipo de violência: os que vivem na miséria, os analfabetos, as mulheres prostituídas, os homossexuais, os embriões e fetos vítimas do aborto, os dependentes químicos, os alcoólicos, os menores de rua, os afro descendentes discriminados, as tribos indígenas desapropriadas,
as mulheres vítimas da violência doméstica, os encarcerados, os portadores do vírus da AIDS, as pessoas com qualquer tipo de deficiência, os que são discriminados por motivos religiosos ou ideológicos, os que trabalham em regime de escravidão, os
desempregados, os vendedores ambulantes, os circenses, os ciganos, os sem-terra, os sem-teto, os idosos, os que não têm acesso à informática, os que não têm acesso à universidade pública, bem como todos os outros cidadãos e cidadãs que não estão sendo incluídos no processo de construção deste país.
Este ato cívico não tem compromisso com qualquer partido político, ideologia, candidato, classe social ou sindicato, mas apenas quer ser o grito de todos os excluídos e excluídas do nosso país. É como irmãos e irmãs, compromissados com a paz e com a justiça, que vamos, em união com todos estes excluídos e excluídas, entoar juntos o Hino da Independência: "ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.
Fonte: Redação Maratimba.com